quinta-feira, 18 de março de 2010

A flor da pele!

O que será (À flor da pele)
Composição: Chico Buarque

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

O que será que será? Como eu gostaria de saber, saber aonde minhas decisões vão me levar e se realmente no eu vou ser feliz no fim e só não estou feliz ainda porque ainda não é o fim (Fernando Sabino). E onde é o fim? Quais são os limites? Amar tem limites? E o orgulho pode ser um deles? Eu me vejo rebelar diante de minha própria vida, mas sem realmente saber a finalidade de minha rebeldia, e todos vem falar comigo, me dar conselhos, dizer o melhor caminho, o que no fim das contas me deixa sempre mais confusa ainda. Nesses casos ajuda muito quem não atrapalha.

As coisas mudam? As pessoas mudam? Eu mudei, e por isso devo acreditar que as pessoas mudam, acho que as histórias também mudam e às vezes devem ser reescritas ou então, deixá-las no passado que mesmo não sendo longínquo, se tornou distante da realidade atual no meio de tantas mudanças.

Eu sei que o amor muda, sei que relacionamentos são como casas que devem ser engenhadas com muito cuidado, carinho, confiança, afeto, segurança e amor, no entanto não sei como apagar os antigos conceitos, não sei como reconstruir, apesar de saber que é o melhor pra mim eu temo.

Não temo apenas o outro, meu medo é de mim mesma, é da pessoa que me tornei e que nem sempre se permite ser descoberta, eu preciso no fim é saber como sou vista pelo outro e o que realmente é real em um turbilhão de sentimentos. E quando eu souber espero dar razão a Fernando Sabino.

Um comentário:

  1. Lindinha do meu coração, não ouça ninguém. Ouça seu coração..

    E não tenha medo de encarar as pessoas que são contrárias a sua decisão. Não se esqueça que você é quem sabe o seu limite, até mesmo o limite pra sofrer, se for para o sofrimento que sua decisão lhe levar.

    amo vc.. e sei que estamos no mesmo barco.
    ;)

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